Sunday, December 14, 2008

apenas um desabafo.


as muitas coisas que eu tenho pra dizer...
se escondem atrás do tempo.

e ele falta.


não se trata de descaso.
e sim da vida.

Wednesday, October 22, 2008

do drama


Olha só,

Estamos caminhando pra lugar nenhum

- ou paramos sem saber sequer onde chegar -

sem pensar!

Que há muito mais em jogo que nós dois.

É assim, de um jeito estranho você está em mim e, sem saber o porque de tudo isso não apostamos mais do que

as palavras que voaram no vento da noite passada.

Sem rancor,

talvez há mágoas e talvez amor.

Feições cortadas pelas lágrimas guardadas para o travesseiro.

Notícias dadas como num jornal.

Afinal, o importante aqui é informar,

que a dor que eu sinto não vai se acabar.

Até que eu pare de mentir pra mim que aquele beijo já se acabou.

E então,

passou da hora de me acordar.

E seguir o rumo sem esse sonho (outra vez).

Wednesday, May 07, 2008

autumn


Os ventos frios trazem uma solidão branca...
Anestesiam o tato.
Adormecem sorrisos...
Os ventos frios trazem a sensação mórbida...
De uma longa espera.
De uma noite longa...
E sem carinhos teus!

Tuesday, March 25, 2008

presente


Tiraram do seu sonho doce, a inocência.
Rasgaram os planos, jogaram no chão...
Pintaram de medo, os olhos verdes.
Sumiu o brilho. Apagou...
Dê a ela emoções pra viver.
Dê motivos para acreditar.
Salve os planos, os sonhos, desejos...
Traga risos e suspiros.
Pinte o medo dos olhos de verde.
E faça feliz... por que ela merece!



Dedico à Maninha

Monday, March 24, 2008

impacto


Que chega e bate e arrebata e espanca.
Dá susto, dá gosto e vontade denovo.
Se enrola, me enrola e confunde meu couro...
Me muda, arranca e muda meu certo.
Sorrisos, suspiros, olhares e frases...
Dá susto, dá gosto e vontade denovo.
Um frio, arrepio e o calor que surge.
Chega e bate e me joga no chão...
Me joga, não dá e nem quero me levantar!

Sunday, February 03, 2008

introitu


De pé admiro o brilho vazio.
A euforia rasgada... o sorriso pintado na máscara pálida!
Clemente e temeroza voz que grita por atenção.
Se vista com glamour e ouro! Se apoie nas folhas de louro do sucesso avesso que tens.
De joelhos abaixa a cabeça!
Faz a prece divina... escolhe os pecados saudáveis!
Clama e implora perdão.
No armário guardaste os prazeres mundanos... Lavado, passado, engomado!
Admiro o brilho vazio...
A prece safada por redenção!
E do armário fechado tiraste os já amassados e santificados pecados.




"Intróito:
do Lat. introitu;
Começo, início, entrada,
orações que recita o sacerdote ou o coro no princípio da missa.
Entrudo: do Lat. introitu
;
Carnaval,
os três dias que precedem a entrada da Quaresma, pessoa que se apresenta ridiculamente vestida."



Tuesday, January 29, 2008

carta à nostalgia


Olá você meu querido amigo.
Me conte como as coisas estão...
Te digo que tudo aqui comigo,
parece andar na contra-mão.
A saudade me aperta o peito...
Sinto falta do que eu sou.
O trabalho vai bem... tá feito!
Mas muito por aqui mudou.
Estou novo ainda, disposto!
Amargura me causa tristeza...
Não me vejo assim de bom gosto.
Como tiro tamanha frieza?
As crianças estão bem, meu cumpadre?
Me peguei num pensar sem destino.
Temo o vinho virando vinagre...
Rezo sempre pedindo um caminho.
Não preocupe, peço até que perdoe .
Te prometo esquecer tanto medo...
Fique bem e que Deus te abençoe.
Mas amanhã trabalho cedo...




Thursday, January 10, 2008

ano novo... ano velho!


Da janela escondida no sótão, eu vejo uma casa bem grande!
Árvores em todos os cantos... crianças espalhadas aos montes...
Bolas de sabão cruzando o céu. Pipas e passarinhos...
Ouvia a risada gostosa de quem quer que passasse por lá. E eu continuava preso ali... observando!
Da janela eu via a gentileza.
Era aquilo que eu imaginava... era o que eu queria pra mim!
Sentia o sol da manhã... o cheiro do café fresquinho e do pão quentinho que tinha acabado de sair.
Da janela eu via liberdade!
E eu continuava preso ali... infeliz!
Do lado de dentro da mesma janela eu não via gentileza... via grades e cadeados! Sentia o cheiro do medo e carregava no bolso a imagem da janela escondida no sótão...



dedico à insegurança e ao caos... cada vez mais presentes do lado de dentro da janela!!!

Tuesday, January 08, 2008

fotografia


A muito tempo, eu me lembro. Ouvia versos intermináveis e gentis...
Era como um carinho, uma abraço gostoso... era doce!
Gostava de ver a dinâmica da sala...
Tudo se movimentava sempre... entrava e saía...
Nunca parava no mesmo lugar!
Era agradável, companhias diversas, pessoas diversas... não havia como me cansar!
Mas as vezes eu me calava... achava tudo sem graça, sem som...
Mesmo aquele movimento... mesmo aqueles versos intermináveis.
A muito tempo, eu me lembro... era doce! Sim, me lembro... mas cansava de repente!



dedico à Reyner!