Tuesday, January 29, 2008

carta à nostalgia


Olá você meu querido amigo.
Me conte como as coisas estão...
Te digo que tudo aqui comigo,
parece andar na contra-mão.
A saudade me aperta o peito...
Sinto falta do que eu sou.
O trabalho vai bem... tá feito!
Mas muito por aqui mudou.
Estou novo ainda, disposto!
Amargura me causa tristeza...
Não me vejo assim de bom gosto.
Como tiro tamanha frieza?
As crianças estão bem, meu cumpadre?
Me peguei num pensar sem destino.
Temo o vinho virando vinagre...
Rezo sempre pedindo um caminho.
Não preocupe, peço até que perdoe .
Te prometo esquecer tanto medo...
Fique bem e que Deus te abençoe.
Mas amanhã trabalho cedo...




Thursday, January 10, 2008

ano novo... ano velho!


Da janela escondida no sótão, eu vejo uma casa bem grande!
Árvores em todos os cantos... crianças espalhadas aos montes...
Bolas de sabão cruzando o céu. Pipas e passarinhos...
Ouvia a risada gostosa de quem quer que passasse por lá. E eu continuava preso ali... observando!
Da janela eu via a gentileza.
Era aquilo que eu imaginava... era o que eu queria pra mim!
Sentia o sol da manhã... o cheiro do café fresquinho e do pão quentinho que tinha acabado de sair.
Da janela eu via liberdade!
E eu continuava preso ali... infeliz!
Do lado de dentro da mesma janela eu não via gentileza... via grades e cadeados! Sentia o cheiro do medo e carregava no bolso a imagem da janela escondida no sótão...



dedico à insegurança e ao caos... cada vez mais presentes do lado de dentro da janela!!!

Tuesday, January 08, 2008

fotografia


A muito tempo, eu me lembro. Ouvia versos intermináveis e gentis...
Era como um carinho, uma abraço gostoso... era doce!
Gostava de ver a dinâmica da sala...
Tudo se movimentava sempre... entrava e saía...
Nunca parava no mesmo lugar!
Era agradável, companhias diversas, pessoas diversas... não havia como me cansar!
Mas as vezes eu me calava... achava tudo sem graça, sem som...
Mesmo aquele movimento... mesmo aqueles versos intermináveis.
A muito tempo, eu me lembro... era doce! Sim, me lembro... mas cansava de repente!



dedico à Reyner!