Sunday, February 26, 2012

ao pó

era uma sensação rochosa.
inerte. sólida. granular...
se perdia na contemplação horizontal do absolutamente nada.
todo calor que ganhava
se dissipava no tempo.
era como sensação rochosa.
uma pedra.
um mineral...
ela possuía tudo em si.
mas nas formas mais primárias.
eram sentimentos férteis.
que ninguém queria absorver...
e então ela possuía tudo em si. tudo em dó.
tudo ao sol.
era uma sensação fria.
uma posição inerte.
uma demonstração rochosa...
não ia a lugar algum buscar quem a amasse...
ficaria ali.
esperaria ali.
dissipando amor em vão.
até se acabar no vento.
com o tempo.
como grão.


[para Lara Marx]

Monday, February 13, 2012

brisa

quis jogar as palavras 
e esperar que elas conseguissem dizer
o que eu não tive coragem.
mas elas caíram pesadas.
paradas.
e disseram pra mim 
"tenha calma.
porque um dia você há de entender
que o que você sente aí dentro
é tanto quanto o vento.
que existe, acontece. sabe
mesmo sem se ver."

Wednesday, February 08, 2012

crença minha

eu vejo muito além do limite que você quer me fazer enxergar.
a vida tem dessas coisas...
há muito mais para se entregar.

peças

porque eu quero demais
e é um querer sem fim.
e tudo isso me faz
buscar muitas razões
pra tentar entender o que é você
sem mim.

trajeto

eu me lembro daquele momento
em que meus olhos sorriram
ao te ver sorrir pra mim.
e depois fiquei atento,
vi que seus passos iam
pra longe e firmes... assim.

Tuesday, February 07, 2012

mesmices

e quando você reparou.
me parou.
eu estava ali sem mais. sem menos.
só estava.
e não pensava em pensar.
em tudo que eu me fiz esquecer.
em tudo que fiz pra dizer.
que só estava.
e só estou. 
depois que você reparou.