Saturday, November 18, 2006

Um conto para a solidão

Ainda me lembro daquela noite...
Estava escuro, chovia forte. Perto de mim, só a solidão era companheira.
Sentia frio; não o mesmo frio que se sente nas noites de inverno. Era uma sensação que eu experimentava pela primeira vez. Era um frio vazio que me fazia bambear e me enchia vagarosamente os olhos de lágrimas.
Talvez fosse a tristeza, ou talavez o medo... não sei bem separar alguns sentimentos. A minha mente me atordoava com essas misturas sólidas e repentinas.
Era como uma grande taça de vinho tinto. Era seco e embriagante. Muitas coisas se moviam ao meu redor e eu não me achava naquele lugar.
Era incerto e inseguro... diria também confuso. Aquela sensação machucava minha alma e rasgava minha carne. Foi a dor que senti, foi a insanidade que provei aos poucos para que eu não me perdesse de repente. E então, brindei com a solidão aquela mesma taça de vinho (quente) tinto e amargo que deixei sobre a mesa naquela mesma noite fria.

3 comments:

Amanda said...

Esse texto se parece MUITO com um que foi jogado debaixo da minha porta certa vez.. hahaha
Bom.. jah fiz comentários anteriormente e continuo achando ótima essa comparação com vinhos..!!! hum... adoro vinho!!!! hehe...
continua escrevendo sua doida... vc é boa nisso!!!! (ooo desperdício essa menina ser agrogirl!!!!! hahaha)
beijos querida!!!
Mandinha

Anonymous said...

Kasaquistão. Madagascar. Província do Gujarat,Índia. Kuala Lumpur. Verrières de Sorel de Sthendal. Petersburgo de Raskolnikov. A Mancha de Dom Quixote. Nada disso. está em Viçosa a mulher "mais linda do mundo"! Brindemos a ela ...

Anonymous said...

O que me incomoda é que todas as vezes que te leio neste blog fico com a nítida impressão de que sua personagem é autobiográfica. É muito convincente. Até assustador. É ótimo isso! Mas depois, lembro de seu sorriso, e tudo vira ficção novamente. Mas será? Ou não?